sábado, 3 de outubro de 2009

SEM TÍTULO


Os relógios pararam.

No silêncio dos quartos adormecidos,

voa a miragem de sonhos perdidos.

Quimeras em viagem que sempre planaram

muita acima do possível,

muito acima.

Sob as tábuas do chão, enterrei as letras

com que um dia escrevi o meu futuro,

as páginas rasuradas de tantos planos,

os lápis gastos com que desenhei os dias

e essa borracha cruel que mos apagou.

No silêncio dos quartos adormecidos, o silêncio.

O silêncio nos quartos adormecidos.

E é noite em mim,

é sempre noite

insana noite e... nada!

Sob as penas do colchão enterrei as penas.

(Escrito por aí, numa madrugada qualquer.)